domingo, 31 de dezembro de 2017

Arte, repressão e resistência em 2017

Foto de João Paulo Pimenta
O ano de 2017 foi o no mínimo curioso, ano de muita repressão à arte, à liberdade, aos artistas de rua, à espaços culturais independentes, ano de atentado contra a democracia, ano que lacraram o Galpão da Lua. Diante de um cenário tão desfavorável, nós resistimos. Graças à pessoas que constroem junto conosco essa resistência como são os parceiros arteiros de rua, de circo e de teatro do Brasil inteiro e fundamentalmente dos amigos e amigas do Galpão da Lua que estão mais próximos no cotidiano dos enfrentamentos.

Em 2017 realizamos 88 atividades, 81 foram apresentações de espetáculos, trocamos nossos saberes em 8 oficinas e debates relacionados á arte. O espetáculo mais apresentado em 2017 foi o Super Tosco com 28 apresentações. Nossa peça mais antiga “Hoje Tem Espetáculo foi apresentada 27 vezes este ano.

Fizemos 18 apresentações em Presidente Prudente, as demais aconteceram em 3 Estados brasileiros, São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Nossa arte chegou em 37 cidades, participamos de 18 festivais de arte. Idealizamos e concluímos em projeto incrível chamado Circulação Caipira que levou nosso espetáculo para 19 localidades do Estado de São Paulo e fomos indicados ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo na categoria Circo ao lado de pessoas que admiramos muito.

Foto de Marcos Barbosa publicador no Guia Rancharia
Junto com as guerreiras e guerreiras do Galpão da Lua organizamos o 20º Encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua em Presidente Prudente, recebemos cerca de 100 artistas de Rua de várias partes do Brasil e desfrutamos momentos fundamentais de troca e de renovação das energias. Com essas tantas pessoas que são referências para nós na arte e na vida fizemos o ato de 3 anos sem a nossa querida amiga Lua Barbosa, tomamos o centro de Presidente Prudente para falar sobre o genocídio de jovens pretos e periféricos, sobre a violência e a impunidade da Polícia militar do Estado de São Paulo e claro para saudar a guerreira linda e incrível que foi Lua Barbosa.


Foto de Marcos Barbosa publicador no Guia Rancharia


Fica difícil destacar fatos e acontecimentos de um ano inteiro, simplesmente resistimos e construímos ao lado de pessoas queridas o que acreditamos por meio de nossa arte. Bora para 2018 e viva! Viva! Viva!
Foto de João Pimenta

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Rosa dos Ventos: Palhaços ou apenas comicuzinhos?

Foto de João Paulo Pimenta

Falaremos sobre a maneira como nos manifestarmos cenicamente para discutir o que somos enquanto personagens, palhaços, cômicos populares, encenadores, brincantes, atores, performers, clown, atuadores, bufões, etc., etc.? Para isso, vamos também citar algumas críticas de nossos espetáculos que buscaram caracterizar o nosso trabalho e contribuíram para essa reflexão.


O grupo Rosa dos Ventos tem 18 anos de caminhada. Acreditamos que tivemos uma formação bastante livre. Começamos fazendo oficinas de circo, de teatro, assistindo a espetáculos em festivais, participando de simpósios de arte, fazendo montagens de cenas para eventos na universidade e comerciais, visitando circos, e por aí vai. Além disso, participávamos de um projeto de extensão universitária que levava animações e brincadeiras de cultura popular para escolas e fazíamos interações em festas de aniversário.


Toda a vivência enquanto estávamos na universidade foi estruturante na formação do grupo e nesse processo fomos nos identificando com o cômico e o popular. Ao visitar circos pequenos que passavam por nossa região descobrimos seus palhaços verborrágicos, despudorados, que não deixavam o público quietos. Vimos nele uma liberdade de improvisação e jogo cênico com o público que nos provocou, e depois, essa mesma relação, começamos a entender nas rodas de rua com os emboladores, repentistas, puladores de arco de facas, etc.


Nesse contexto de aprendizado criamos nosso primeiro espetáculo, circense, que era sempre uma seleção de números de ocasião, e depois foi ganhando um roteiro mais definido e técnicas. Esse espetáculo continua em nosso repertório, depois de muitas mudanças e adaptações.
Foto de João Paulo Pimenta



O processo de criação dos nossos espetáculos sempre se deu atravessado por uma miscelânea de coisas que fomos aprendendo e vivendo do circo, do teatro, da cultura popular, dos diferentes tipos cômicos, da arte de rua, etc., e influências diversas da vida cotidiana e conversas com outros grupos e artistas.

Às vezes, é difícil dizer o que fazemos, ou o que somos – palhaços? Brincamos sempre com a história que chegamos num festival de teatro e disseram que o que fazíamos era circo; e chegamos num festival de circo e disseram que o que fazíamos era teatro.
Nossa aparência tem o peso do palhaço tradicional, com maquiagens sempre branca, vermelha e preta, roupas e sapatos sempre ampliadas, coloridas e espalhafatosas. Cenicamente, podemos variar, dentro de um mesmo espetáculo, da relação de “branco” e “augusto” para o uso de técnicas de bufão. Um recurso cênico pode se desdobrar em outros, variando papeis ou com improvisos, e assim não nos prendemos a uma única forma, ou, melhor dizendo, sempre caminhamos para aquilo que é mais universal, ancestral, que funciona na rua, provocando o público a entrar e ficar na roda.

Já tivemos a felicidade ver nossos espetáculos objeto de trabalhos críticos, em textos. Essas apreciações, que citaremos a seguir, vão ao encontro do nosso entendimento de que o que fazemos não cabe num único conceito. A depender do olhar e do contexto do acontecimento da obra, somos encarados como palhaços ou outro conceito qualquer (clowns, performers, atuadores, atores, etc.).

As duas primeiras crítica são em referência ao nosso primeiro espetáculo, “Hoje Tem Espetáculo”, que teve sua estreia em 2001 e já aconteceu mais de 600 vezes em 15 anos de circulação. Cadu Witter, Fatima Moniz, Daniela Scarpari e Ricardo Vasconcelos escreveram de forma coletiva sobre a nossa apresentação no XII Festival Nacional de Teatro de Limeira em 2011. Os autores dizem que o que fazemos é um teatro de rua autentico e que utilizamo“com galhardia e excelência os elementos do circo na rua”, emanando “carinho e generosidade com o público”. Kil Abreu, que assistiu nossa apresentação no 30° Festivale de São José dos Campos em 2015, escreveu que fazemos: “acontecer o diálogo entre o circo tradicional (números, entradas e piadas vistos há pelo menos duzentos anos) e a sua experimentação no calor da hora dos tempos atuais. Sem propriamente inventar novas formas para a cena cômica, a trupe se dedica a fazer valer um repertório colhido nas convenções da arte do palhaço - o que não é pouco do ponto de vista da tarefa artística que se coloca. Pois que aqui se trata de uma linguagem cujos códigos têm vida longa e se mostram mais ou menos efetivos não necessariamente em função da novidade formal, mas do espírito vivo do clown que anima o ato, ainda que ele seja a repetição de ações que vêm ‘das antigas’”. Ao longo texto utiliza ainda outros termos para se referir a nós, como clows, palhaços faladores e indisciplinados, artistas populares, e complementa que fazemos uma boa performance com o público se divertindo com as diferentes mascaras que utilizamos, que vai autoritário e patético para o esperto ingênuo, causando importantes efeitos cômicos.
Foto de João Paulo Pimenta
            Saltimbembe Mambembancos, que teve sua estreia em 2005 e já aconteceu mais de 450 vezes foi criticado por Valmir Santos e Fábio Mendes. Valmir assistiu ao espetáculo no calçadão no centro da cidade de Ponta Grossa-PR, durante o 38° FENATA em 2010. Ele afirma que o picadeiro é absoluto em nosso espetáculo e que, nós, atores palhaços, vamos de um radicalismo escatológico e imoral, partilhado de modo explícito e subterrâneo com o público, a uma outra face oculta do grupo, que seria nosso potencial, de contracenar com o lirismo, tocando em zonas do eu feminino e transformando problemas e improvisos que poderiam dar errado em poesias. Também disse que somos despudorados e que isso diz respeito a máscara do palhaço, a um estado provocador sem mesuras e fieis ao espirito roto de artistas mambembes. Fábio, por sua vez, assistiu ao espetáculo no XXXVI FESTE Festival Nacional de Teatro de Pindamonhangaba – SP em 2013, no Bosque da Princesa, e descreve que se trata de “[...] um espetáculo circense que tem como foco central a cultura popular e sua comunicação nas ruas e praças, isto é, um circo teatro que flerta com aquelas divertidas rodas urbanas dos repentistas nordestinos. O resultado desse trabalho é a pura diversão, que traz toda a magia e o encanto do circo tradicional”. Complementa ainda que se trata de um espetáculo onde a liberdade é traduzida no caleidoscópio das infinitas possibilidades do riso, promovendo uma teatralidade colorida e genuinamente brasileiro.

Evill Rebouças, que assistiu esse mesmo espetáculo no Oxandolá In Festa, no calçadão (saída do trem) de Francisco Morato – SP em 2015, diz da participação do maestro Nicochina: “Acompanhados musicalmente por Robson Toma (Nicochina), os rapazes em questão – aqui denominados meninos para fazer jus à aura brincante instaurada na arte e na vida – brincam literalmente em trabalho. Tal brincadeira é tão potente que não há como diferenciar o que é ficção e o que é real, a ponto de aproximar o trabalho dos meninos ao conceito de presentificação do corpo: denominação bastante utilizada na performance para distinguir aspectos entre representação e performatividade. Isto é, no teatro, comumente, o ator representa a ficção; já na performance, geralmente, o artista prima pela não representação, pois não existem limites ou separações entre o que é ficcional e a sua vida. Se o performer tem sotaque, essa sonoridade se fará presente, independente da figura retratada na performance ser de outra região; um corte no corpo jamais será algo representado por maquiagem, mas realizado no corpo do atuante; e no caso dos meninos do Rosa dos Ventos essa potência chega à cena porque eles se desnudam enquanto cidadãos, sem negar o tempo real do acontecimento teatral e as situações que permeiam as suas criações poéticas”.Observamos que Evill mesmo tecendo esses comentários sobre performance e presentificação do corpo, ao longo do texto, nos chama de palhaços e atuantes.
Foto de João Paulo Pimenta

Importante destacar o papel, nas críticas, dado ao Robson Toma (Nicochina) nas cenas, com suas ações sonoras. Sobre isso, Valmir Santos diz que Nicochina faz uma musicalidade orgânica ao espetáculo, sendo na encenação o “pulmão incidental na execução ao vivo com onomatopeias e arranjos”. Ainda sobre o trabalho do Nicochina, mas falando de Hoje Tem Espetáculo, Kil Abreu destaca: “Para arrematar a boa performance dos palhaços prudentinos há ainda a fundamental marcação de uma sonoplastia atenta, que a um tempo ajuda a dar gás à bagunça e a outro a organiza, regendo o ritmo das sequências para que o espírito do improviso livre não acabe por render a cena a um caos de bom efeito, mas indiferenciado”.
Por fim, destacamos duas críticas do nosso espetáculo A Farsa do Advogado Pathelin, que teve sua estreia na quadra da UNESP de Presidente Prudente durante o II Fórum Cultural da UNESP em 2009 e que já aconteceu próximo de 150 vezes. Esse espetáculo expões questionamentos políticos e sociais de forma explicita, sendo uma adaptação nossa de um texto clássico da renascença que utilizamos para contar histórias e fazer questionamentos da atualidade, misturando-se nele nossos papeis de atores, palhaço e os próprios personagens dessa farsa medieval. Em comum, essas críticas destacam a relação do que fazemos com o bufão. Alexandre Mate, que assistiu ao espetáculo no 25° Festivale em São José dos Campos – SP em 2010 na praça Afonso Pena, diz: “Mesmo com traços de bufão, em muitos momentos, os atores-palhaços surpreendem do começo ao fim”. Destaca ainda, lembrando do papel do musical do Nicochina, que: “A inserção musical (com música ao vivo, a cargo de Robson Toma) é rigorosamente épica: os números cantados (inclusive na apoteose de entrada) apresentam, de modo crítico, o tema da obra. Exatamente, pela música explicita-se a clareza do elenco, do ponto de vista político trazido pela obra”. Paulo Bio, que assistiu a mesma apresentação na praça Afonso Pena, também fala de bufão, além de palhaço, para se referir a nossa atuação, e complementa: “Além da atuação como bufões e palhaços o grupo também se vale de um rico aparato circense, e aqui cabe novamente ressaltar a utilização das qualidades artísticas não como exibição, mas num permanente jogo com o público e com o entorno”.

Para finalizar, queremos trazer uma história vinda do maior crítico de nossos espetáculos, o público. Um dia Dez Pras Sete foi indagado por uma criança se ele era palhaço, e respondeu que dependia do autor. A menina, sem entender muito, replicou que isso não importava e sim, o que valia, é que éramos engraçados.


Foto de João Paulo Pimenta

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

ÓTIMA NOTÍCIA! Super Tosco foi aprovado no ProAC Artes Cênicas de Rua!

Foto de João Paulo Pimenta
Uma notícia maravilhosa nesse momento, os tempos andam tão difíceis para a Arte, para a democracia, para a liberdade, temos um respiro.

Uma pena que o ProAC editais tenha um recurso vergonhoso, o valor corresponde à menos da metade do recurso destinado ao programa de Incentivo Fiscal que da as empresas a liberdade de escolher os Projetos que merecem investimento Público



Se pensarmos na demanda de bons projetos que temos no Interior e na Capital Paulista e apenas 10 projetos de Rua serem contemplados, é realmente uma migalha. muitos projetos bons ficaram de fora e são projetos que atendem ao interesse público e tem muita qualidade.

De qualquer maneira, é uma notícia muito importante para nós nesse momento. Super Tosco segue uma trajetória bem bacana e intensa, Desde sua estréia em novembro de 2016 no SESC Pinheiros já foram 29 apresentações em 3 Estados do Brasil. o trabalho foi selecionado para importantes Festivais com programação nacional, além de ser contratado para programas e espaços culturais.

O Projeto aprovado nos levará para 14 cidades do estado de São Paulo, iremos para localidades onde existem Grupos de teatro de Rua atuando e resistindo. Vamos chegar juntos para reforçar o trabalho dessas galeras e para trocar nossas experiências e somar na construção das coisas que acreditamos.

Em 2018 tem Projeto Circulação Super Tosco!

Agradecemos aos companheiros de luta e resistência:
Coletivo Galpão da Lua
MTR - Movimento dos Artistas de Rua do Estado de São Paulo
RBTR - Rede Brasileira de Teatro de Rua

Viva a Arte de Rua!

Foto João Paulo Pimenta

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Projeto Caravana SP sobre o Rrosa dos Ventos

O Projeto Caravana SP, desenvolvido por uma dupla palhaços Fulana e Melão, passou uns dias conosco do rosa dos Ventos fazendo entrevistas e registrando nosso cotidiano e fizeram uma bela matéria e um belo vídeo sobre o rosa dos Ventos.

O vídeo você pode assistir no link abaixo:

A Matéria na Direção dos Ventos pode ser acessada e lida no link dessa galera linda:
http://www.oquintaldefulanaemelao.art.br/?post_type=post&p=1367

Trecho da matéria:

 “O artista de rua tem uma linguagem muito própria de se relacionar com o público, que tem a ver com a nossa forma, que foge um pouco desse teatro clássico e se aproxima até daquilo que muitos vão dizer que não é teatro, que é outra coisa”, explica Luis Valente

Sobre o Projeto Caravana SP

Quem faz história no universo do circo pelo Estado de SP? O que pensam os artistas? Como se manifestam pela arte? Que tipo de riso provocam os palhaços? E como sobrevivem? Essas e outras histórias chegam aqui formando um novo registro da atual produção do circo pelo território paulista! A série especial de reportagens chamada Caravana_SP – uma oportunidade oferecida pelo prêmio do ProAC para a produção de conteúdo cultural (2016) – trata de artistas que produzem circo pelo Estado. Uma expedição que demanda o trabalho similar ao das formiguinhas (tá aí sua simbólica representação na logomarca desta aventura), que investiga as diferentes linguagens circenses e a relação que mantêm entre si mesmas, trazendo também uma pequena amostra da palhaçaria paulista – o que os caracteriza, como se diferenciam daquilo que é feito no restante do País e do mundo e quais são as afinidades e disparidades (do ponto de vista do artista circense) daquilo que se acredita ser a cultura circense em São Paulo.

Por ora, já visitamos o Grupo Rosa dos Ventos, de Presidente Prudente; a Trupe Koskowisck, de Sorocaba; os palhaços de hospital de Limeira, os Cirurgiões da Alegria; e o De Lucca Circus junto com Os Profiçççionais, lá em Ribeirão Preto.

Gostou?
Aqui tem mais: http://www.oquintaldefulanaemelao.art.br/?post_type=post&p=1231


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Grupo Rosa dos Ventos é indicado ao Prêmio Governador do Estado

Foto João Paulo Pimenta
O Grupo Rosa dos Ventos está entre os 5 finalistas indicados ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo 2017 na categoria Circo.


O Prêmio conta com a categoria voto popular, o público pode escolher o premiado votando até 26 de maio no link abaixo:


http://www.premiogovernador.com.br/2017/votacao-circo.php


O mais bacana é que estamos indicados ao lado de pessoas que admiramos muito, Ermínia Silva, Circo de Teatro Tubinho, Rodrigo Matheus e Encontro de Mulheres Palhaças, todos grandes referências para nós. Viva a ARTE!


Coisa boa!


Foto João Paulo Pimenta
Segundo a Secretaria de Estado da Cultura, o Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura tem como objetivo reconhecer e homenagear pessoas, obras, grupos e instituições que se sobressaíram nos principais campos da cultura e da arte no Estado de São Paulo. Esta edição busca premiar e homenagear amplamente o setor cultural e os profissionais, grupos e instituições que desenvolveram os trabalhos mais significativos, entre janeiro a dezembro de 2016.


São ao todo dez categorias: arte para crianças, artes visuais, cinema, circo, dança, música, teatro, territórios culturais e instituições culturais, além do “Destaque Cultural do Ano”. Os coletivos e Artistas são premiados em duas categorias distintas: Júri e Voto Popular. Os vencedores da categoria Júri serão premiados com valores em dinheiro e com um troféu. Os vencedores da categoria Voto Popular serão premiados com um troféu.
Foto de Marcel Sachetti
A lista e os perfis dos finalistas estão disponíveis no site www.premiogovernador.sp.gov.br e o público pode votar em seus grupos, artistas e instituições favoritos até o dia 26 de maio. Os vencedores serão anunciados em cerimônia oficial, no Theatro São Pedro, no dia 29 de maio às 19h30.

Histórico
Criado na década de 1950, o Prêmio Governador do Estado para a Cultura foi um dos mais prestigiados e concorridos na época de seu lançamento, tanto pelo reconhecimento que oferecia aos artistas quanto pela quantia em dinheiro que destinava aos vencedores. Inicialmente dedicada apenas ao Teatro, a premiação oferecia, em 1957, 500 mil cruzeiros, atualmente equivalentes a R$ 150 mil.
Foto de Marcel Sachetti
Um dos primeiros vencedores foi o ator e diretor Sérgio Cardoso (1925-1972) – que dá nome a um dos teatros mais importantes da capital paulista –, ao lado de sua esposa, Nydia Licia (1926-2015). Nas décadas seguintes, o prêmio reconheceu grandes nomes do teatro brasileiro, tais como Fernanda Montenegro, Aracy Balabanian, Eliane Giardini, Juca de Oliveira e Stênio Garcia.

Em meados dos anos 1980, a premiação foi interrompida. Retomada pela Secretaria da Cultura do Estado em 2010, passou a agregar novas categorias – cinema, música, dança, circo, entre outras.

Em 2016, o diretor teatral Antunes Filho foi homenageado como “Destaque Cultural” pelo conjunto de sua obra.

O Rosa dos Ventos em 2016
Foto de Marcel Sachetti
Conforme o texto que se refere a nós no site do prêmio, fomos 
indicados pela nossa trajetória e um ponto de destaque é a difusão e democratização da Cultura que promovemos. Atuamos na rua, no extremo Oeste do Estado de São Paulo, viajamos por esse país continental levando nossa Arte e lutando por Políticas Públicas ao lado dos grandes parceiros da RBTR – Rede Brasileira de Teatro de Rua, MTR – Movimento de Teatro de Rua de São Paulo e FLIGSP – Fórum do interior Litoral e Grande São Paulo. Nossa Luta é pela Arte e pelos Artistas Trabalhadores da Cultura, para que as pessoas das quebradas mais distantes possam ter acesso aos bens culturais. 

Em Presidente Prudente não estamos sozinhos, temos aqui Artistas verdadeiros irmãos do Coletivo Cultural Galpão da Lua que estão juntos nessa luta.

Fomos indicados pela atuação em 2016, esse foi um ano com momentos marcantes como a estreia do nosso novo espetáculo, Super Tosco, que vem seguindo uma trilha linda com convites e seleções para importantes festivais e instituições de Arte do país.

Foto Marcel Sachetti
Os números do ano de 2016 são bonitos de ver, nos apresentamos em 39 cidades em 6 estado brasileiros, São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Acre, Ceará e Paraná. Participamos de 14 Festivais de Teatro entre eles, a Mostra Lino Rojas, os Festivais Internacionais de Circo de Londrina e do Ceará, a Temporada do Chapéu de Campo Grande, o Eu Riso Encontro de Palhaços, o Festival do Palhaço de Assis, o Festival Matias em Rio Branco AC e os Festivais dos amigos do Bocaccione, do Girandolá, de Limeira e de Jaú, só coisa linda!

Ainda em 2016 circulamos por 17 cidades do Estado de São Paulo com o Projeto aprovado no ProAC Editais de Artes de Rua onde comemoramos 15 anos da estreia da nossa peça “Hoje Tem Espetáculo!!!”, apresentamos para mais de 60 mil pessoas nessa circulação, foi incrível.

Os detalhes desse projeto estão no Blog: http://hojetemespetaculo15anos.blogspot.com.br/

Vivemos muitos bons momentos em 2016 partilhando junto com os companheiros do Coletivo Cultural Galpão da Lua o Projeto do ProAC Território das Artes que levou espetáculos para 5 bairros de Presidente Prudente, além dos nossos espetáculo, recebemos dezenas de Artistas de diversas partes do Brasil que partilharam sua arte com a população de Presidente Prudente.

Fomos além, nós, Artistas do Galpão da Lua e muitos apoiadores juntos, transformamos um espaço público ocioso, um galpão da antiga FEPASA, semelhante a outros ocupados por empresas privadas em um espaço de fato público, o Galpão da Lua agora está instalado em uma ocupação no centro histórico de Presidente Prudente desenvolvendo suas atividades que rompem às paredes e atuam em diversos bairros da cidade. Esse é o nosso presente para os 100 anos de Presidente Prudente

Em 2016 apresentamos 81 vezes nossos espetáculos. Cerca de 15 mil pessoas nos assistiram,  zoamos e fomos bastante zoados por onde passamos, sobrou risada e é claro, muitas piadas sem graça, são inevitáveis... 

Seguimos na luta, viva nóis, viva tú, viva o Rabo do Tatu!

Foto de Marcel Sachetti